Campanha da Fraternidade 2017 - Por onde começar?


A catequista Cris Menezes, do blog Catequizando Feliz, apontou algumas dicas para a preparação da Campanha da Fraternidade 2017, que tem como tema“Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida” e o lema “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2.15). Essas dicas também podem auxiliar os assessores e coordenadores da Infância e Adolescência Missionária à trabalharem o tema nos diversos encontros. Confira:

Para você começar a se preparar para a campanha da Fraternidade 2017:

1. Leia sobre o bioma do Estado onde você mora, pois devemos cuidar especialmente deste pedaço do mundo em que vivemos. É no lugar onde moramos que iremos propor ações para cuidar do meio ambiente.  É neste espaço que iremos contribuir diretamente para tornar o mundo melhor. O mundo é grande e cada um de nós tem sua parte de responsabilidade para cuidar desta Casa Comum. Então, antes de qualquer coisa, conheça o lugar onde você mora, as particularidades da vegetação, os principais problemas que afetam o meio ambiente, as interferências do homem  que  desmatam o bioma e colocam em risco os recursos naturais. O conhecimento forma identidade com o lugar onde se vive. Eu, por exemplo, moro no Cerrado. E você?

Dicas para o encontro: Você pode levar fotos da vegetação, da fauna e da flora da região onde mora. Seria interessante se fossem fotos pessoais, de algum lugar que visitou. Poderia, inclusive, organizar algum passeio para um parque ou uma reserva ecológica. Pode ainda citar alguns parques nacionais bem conhecidos da região.


2. Procure se atualizar sobre as notícias da sua região que falam sobre o meio ambiente. Podemos levar para os encontros da catequese e da Infância e Adolescência Missionária discussões sobre problemas atuais da própria comunidade em que vivemos e como podemos cuidar do pedaço de terra, fauna, flora, rios e vegetação que fazem parte do nosso "quintal". Procure fatos e acontecimentos que são próximos das crianças e adolescentes, do bairro e cidade onde moram,  notícias nacionais de grande repercussão sobre o meio ambiente, os desastres ambientais...  Precisamos falar sobre como "cuidar da nossa Casa Comum", conscientizar, e, claro, adequando a linguagem para cada faixa etária, mas sem subestimar as crianças achando que não entenderão.

Por exemplo, em muitas regiões do Brasil, estamos vivendo tempo de seca, de racionamento de água. Pode-se levantar discussões sobre isso: as possíveis causas da seca, o que os desmatamentos, a agropecuária contribuíram para a seca na região etc. Um exemplo que pode ser citado em Minas Gerais é o acidente com a barragem que se rompeu em Mariana; foi um desastre de grandes proporções e causou vários impactos ambientais. Esses acontecimentos são o "ver" (Realidade Missionária) do nosso encontro. Lembre-se que devemos olhar a realidade para depois iluminar com a Palavra de Deus (Espiritualidade Missionária), construindo, com todos, responsabilidades e mudanças (Compromisso Missionário). Em turma com os adolescentes, jovens e adultos, fique à vontade para aprofundar esses debates e contribuir, assim, para formar uma consciência ambiental.

3.  Pense nas responsabilidades e no que cada um pode fazer para melhorar o "pedaço de terra onde mora."  É possível trabalhar as consequências boas e más da interferência do homem nos biomas. E, ao final, construir responsabilidades pessoais e sociais: o que eu posso fazer para cuidar do planeta? O que meu vizinho pode fazer? O que o Estado pode fazer? O que as empresas e indústrias podem fazer? O que nós, como Igreja e comunidade de Cristo, podemos fazer para cuidar do meio ambiente e da criação de Deus?

E que tal sair da sala para realizar alguma atividade de cuidado e proteção com a natureza? Alguma atividade que desperte para a importância de proteger a natureza. Ou mesmo um encontro ao ar livre, observando as árvores e matas ao redor, os sons da natureza, isso só já contribui para fazer as pessoas sentirem-se responsáveis para zelar por tudo o que Deus criou para nós. Para os jovens e adultos, pode-se  pensar num trabalho mais engajado de  observar as gestões públicas sobre o meio ambiente e de como podem exercer a cidadania ao vigiarem isso. Lembro de um texto de Clarice Lispector: "Eu sou uma pessoa muito ocupada: tomo conta do mundo."

4. Leia o Texto-base da Campanha da Fraternidade 2017. O texto segue o método ver-julgar-agir. Apresenta os biomas brasileiros, suas características, biodiversidade, sociodiversidade, fragilidades, desafios,  contextualização política, contribuição eclesial (ver).  Depois, o texto ilumina essa realidade com a palavra de Deus e o magistério da Igreja: "É preciso que a constatação das riquezas e dos desafios ligados ao tema da Campanha da Fraternidade seja levada à ação a partir de uma reflexão serena e profunda dos ensinamentos da tradição cristã."

Por fim, apresenta o agir: "O agir da Campanha da Fraternidade de 2017 está em sintonia com a Doutrina Social da Igreja, principalmente com a encíclica Laudato SI e com a Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2016. Elas indicam a necessidade da conversão pessoal e social, dos cristãos e não cristãos, para cultivar e cuidar da criação. A encíclica Laudato Si propõe a ecologia integral como condição para a vida do planeta."

A Igreja propõe ações para cada bioma brasileiro.



5. Leia a Encíclica Laudato Si do Papa Francisco sobre Meio Ambiente"O urgente desafio de proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar. O Criador não nos abandona, nunca recua no seu projeto de amor, nem Se arrepende de nos ter criado. A humanidade possui ainda a capacidade de colaborar na construção da nossa casa comum. Desejo agradecer, encorajar e manifestar apreço a quantos, nos mais variados sectores da atividade humana, estão a trabalhar para garantir a proteção da casa que partilhamos. Uma especial gratidão é devida àqueles que lutam, com vigor, por resolver as dramáticas consequências da degradação ambiental na vida dos mais pobres do mundo. Os jovens exigem de nós uma mudança; interrogam-se como se pode pretender construir um futuro melhor, sem pensar na crise do meio ambiente e nos sofrimentos dos excluídos."

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